A dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hypertension), foi proposta inicialmente em 1995, para auxiliar o controle da hipertensão arterial (HA), após o reconhecimento de que o consumo excessivo de sódio estava relacionado com aumento da pressão arterial (PA), quando aliado ao excesso de peso corporal e ao sedentarismo.
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Estudos mostravam que fatores como consumo alimentar e estilo de vida em pessoas que adotavam uma dieta rica em frutas, legumes, verduras, nozes e cereais integrais estavam associadas a níveis de PA mais baixos que auxiliam no controle da HA.
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O propósito da criação desta dieta foi incorporar nutrientes com potencial efeito hipotensor, encontrados em alimentos comumente consumidos pela população e não em suplementos alimentares. Basicamente, procurou-se recomendar os alimentos oriundos de uma dieta vegetariana e seus benefícios, aliados a alguns alimentos de fonte animal, que pudessem atender também aos hábitos dos não vegetarianos.
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Desse modo, a dieta DASH preconiza o consumo de frutas, verduras, legumes, produtos lácteos com baixo teor de gordura, cereais integrais, peixes, aves e nozes e incentiva restringir o consumo de carnes vermelhas e processadas, sódio e bebidas açucaradas.
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A dieta DASH, portanto, tem sido considerada um padrão alimentar saudável e permanece sendo estudada em diversos países. Pesquisas apontam que este padrão reduz a PA, contribui para controle da glicemia, melhora o perfil lipídico, e oferece menor risco de DCV (doenças cardiovasculares).
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A recomendação da Dieta DASH, como parte do tratamento da Hipertensão Arterial (HA), foi realizada nos EUA inicialmente em 1998, pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos, no Guia para Redução da PA (material atualizado em 2006). Posteriormente, em 2010 e 2015-2020, foi recomendada nas Diretrizes Dietéticas para Americanos e pela American Dietetic Association, American Academy of Pediatrics e American Heart Association. Porém percebe-se que ela é subutilizada pelos americanos.
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No Brasil, a dieta DASH foi citada pela primeira vez nas “IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial”, pelas Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão e Sociedade Brasileira de Nefrologia, no ano de 2004. Porém, somente em 2006, na atualização da Diretriz, houve sua efetiva recomendação como parte do tratamento não farmacológico da HA.
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Posteriores atualizações, em 2010 e 2016, mantiveram a indicação da DASH como parte do tratamento da HA no país, onde a Hipertensão Arterial é um problema de saúde pública.
Estudo desenvolvido por LIMA et al. (2013) demonstrou a possibilidade e a eficácia de uma abordagem dietética DASH com base no padrão alimentar brasileiro, capaz de reduzir a PA e melhorar parâmetros bioquímicos inadequados, o que proporcionaria grande impacto na saúde coletiva.
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Portanto se faz necessário estudos relacionados a novas maneiras de abordagens mais eficazes para que novos hábitos sejam incorporados diariamente como forma preventiva na manutenção da saúde.
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Para melhorar a adesão à recomendação desta dieta, como parte não medicamentosa do tratamento da hipertensão arterial, são aconselhados planos e orientações alimentares flexíveis, menos restritivas, adequadas aos hábitos e estilo de vida dos indivíduos, com objetivos tangíveis, sugestões de mudanças graduais e acompanhamento de equipe multiprofissional de saúde.
Patricia Peres
Nutricionista do CEPEUSP
CRN3 5119
Referências Bibliográficas
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- Svetkey LP, Harsha DW, Vollmer WM, Stevens VJ, Obarzanek E, Elmer PJ, Lin PH, Champagne C, Simons-Morton DG, Aickin M, Proschan MA, Appel LJ. Premier: a clinical trial of comprehensive lifestyle modification for blood pressure control: rationale, design and baseline characteristics. Ann Epidemiol 2003; 13(6):462-471.
- Lima ST, Silva NSB, França AK, Salgado Filho N, Sichieri R. Dietary approach to hypertension based on low glycaemic index and principles of DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension): a randomised trial in a primary care service. Br J Nutr 2013; 110(8):1472-1479.
- Girotto E, Andrade SM, Cabrera MAS, Matsuo T. Adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico e fatores associados na atenção primária da hipertensão arterial. Cien Saude Colet 2013; 18(6):1763-1772.
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