Quando passamos por alguma alteração emocional, nossa respiração muda imediatamente. Quando estamos felizes, a respiração é livre e ampla, com mais movimentos diafragmáticos; quando estamos aflitos ou ansiosos, ela se torna curta e com bastante movimento das costelas. Os exercícios respiratórios nos convidam a tomar consciência dessa relação e da possibilidade de estabelecer o caminho de volta, ou seja, através da manipulação confortável da respiração, influenciar as emoções positivamente. Podemos, por exemplo, a partir do manejo da inspiração e expiração, aprofundar o processo respiratório e, assim, usufruir de um estado mais tranquilo da mente. Esta quietude se reflete no nosso comportamento, acalmando e regulando, também, o funcionamento do nosso corpo e nossas interações pessoais.
Muitos exercícios respiratórios vêm do Yoga, que além de focar na prática de posturas, relaxamento e meditação, trabalha com diversas técnicas respiratórias, uma vez que tem como grande objetivo acalmar a mente e as emoções, levando o indivíduo a alcançar um melhor estado de saúde física e mental, conseguindo lidar mais adequadamente com suas emoções diárias.
Quando, no início dos exercícios respiratórios, nos dispomos simplesmente a prestar atenção na respiração, no fluxo de ar passando pelas narinas, na temperatura do ar que entra e sai, começamos um processo que possibilita perceber a diferenciação entre os sentimentos e a respiração. Com o direcionamento da atenção para esse processo respiratório espontâneo, conseguimos observar os nossos pensamentos e emoções de modo mais distanciado, sem nos deixar afetar tanto por seus efeitos negativos.
A partir deste ponto, em que a mente já se encontra mais aquietada, é possível passar a uma segunda etapa, em que podemos manipular a duração e a profundidade (volume) tanto da inspiração quanto da expiração. Recomendamos que a expiração (realizada durante esses exercícios) seja feita sempre mais lenta do que a inspiração, em uma proporção de 1 tempo para a inspiração e 2 tempos para a expiração, ou seja, se você inspirar em 4 segundos, treine expirar em 8 segundos. Ressaltamos ser fundamental que a prática seja feita com absoluto conforto, pois de outra forma, a aflição respiratória pode ativar aquela via negativa de influência das emoções na respiração e gerar ainda mais ansiedade, desconforto e outras emoções indesejadas. Porém, a prática adequada pode conduzir ao aumento da paz interior, sensações de acolhimento e satisfação, características e decorrentes de uma pacificação atencional e do metabolismo, que resulta em efeitos emocionais positivos.
Assim como as emoções influenciam a respiração, manipular confortavelmente a respiração pode nos ajudar a acalmar a mente e treinar um comportamento emocional mais positivo!
Como sugestão de exercício prático, indicamos:
– Sentar-se em posição confortável.
– Observar a temperatura do ar que entra e sai pelas narinas, sem controlar nem a velocidade, nem o volume de ar respirado por 2 minutos.
– Depois disso, inicialmente conte o tempo de uma expiração prolongada e confortável e inspire em metade desse tempo.
– Faça esse exercício por mais dois minutos, sempre de forma confortável e sem forçar.
– Depois disso, permaneça mais um minuto de olhos fechados, apenas observando como se sente – como estão suas emoções e sentimentos?
Acreditamos verdadeiramente que estarão tranquilos.
Boa prática!
Autores: Grupo de Estudos em Yoga – Agnes Fernandes; Arthur Alves de Souza Pacheco; Eliana Narcisa Cleim; Eliane Teixeira da Silva; Gabriela de Carvalho Freire; Irina Arruda de Castro; Marah Moreira; Maria Silene de Oliveira; Priscilla Caetano Guerra; Rodrigo Silva e Silva; Sandra Regina Alencar Damacena; Danilo Forghieri Santaella, Coordenador do SEP e do Grupo de Esudos em Yoga.