Como diferenciar uma situação da outra em nosso corpo?
De uma maneira simples, vamos falar sobre essas questões que nos atrapalham na tarefa da escolha diária de nossas porções.
Se observarmos nossas refeições diárias, veremos que muitas vezes colocamos no prato quantidades que não necessitamos, ou seja, estamos comendo por gula.
Em nosso cérebro, através do hipotálamo, há centros que regem a sensação de fome e saciedade em nosso organismo. São influenciados por sinalizações como a concentração de nutrientes (entre eles, os níveis de glicose no sangue) ou o grau de distensão do estômago, além da liberação de hormônios, como a grelina (produzida pelas células do estômago), a colecistocinina (produzida pelo intestino) e a leptina (produzida pelo tecido adiposo), além do peptídeo PYY. (Falarei mais sobre eles em outra oportunidade).
Por que será então que, algumas vezes, ingerimos alimentos mais que o necessário?
Os alimentos são fontes de energia que, chegando ao nosso corpo, passam pelo processo de digestão, absorção, armazenamento e excreção.
Quando há o processo fisiológico de fome, há necessidade da busca de alimentos para suprir as quantidades de energia e nutrientes que precisamos para manutenção do organismo.
Porém, por sensações de ansiedade, motivos sociais, ou falta de atenção na preparação de nossas refeições, muitas vezes não respeitamos essa necessidade que é fisiológica e ingerimos alimentos (energia e nutrientes) sem estarmos realmente com fome. É a chamada gula!
Ah, mas se eu tiver sentido o cheiro do cafezinho pronto, ou um bolo saindo do forno, e despertar meu apetite? Seria fome ou gula?
Apetite é a vontade ou desejo por aquele prato ou alimento, que pode vir (aliás, seria bom que estivesse) associado à fome. Mas muitas vezes, vem fora de hora, estimulado por essas sugestões e sensações provindas de outros sentidos, como visão e olfato.
Problemas da gula e apetite fora de hora: se comermos sem ter fome (e essa energia será extra), os nutrientes ingeridos além da necessidade serão estocados em forma de gordura, ou seja, engordamos.
Portanto, dividir as refeições aproximadamente a cada 3 horas, ajustando os nutrientes conformes suas funções nas refeições (como falamos anteriormente em outros textos), e assegurar que estas porções estejam respeitando a sensação de fome fisiológica, estaremos ingerindo apenas o necessário, sem riscos de exageros e evitaremos assim, o tão indesejável aumento de peso.
Patrícia Peres
Nutricionista – CRN 5119