O conceito de prebióticos surgiu mais recentemente, quando pesquisadores japoneses reconheceram que o consumo de fruto-oligossacarídeos (FOS) e galacto-oligossacarídeos (GOS) proporcionava um aumento nas bifidobactérias intestinais e estimulava o crescimento desses micro-organismos no intestino humano.
Em resumo, prebióticos são componentes alimentares não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro, por estimularem seletivamente a proliferação ou atividade de populações de bactérias desejáveis no cólon. Associação Científica Internacional de Probióticos e Prebióticos (ISAPP) (Gibson et al., 2011).
A maioria dos dados da literatura científica sobre efeitos prebióticos relaciona-se aos FOS e à inulina e diversos produtos comerciais estão disponíveis há vários anos. (Puupponen-Pimiä et al., 2002).
São exemplos de prebióticos: fruto-oligossacarídeos (FOS), a pectina, as ligninas e a inulina.
Os FOS estão presentes em alimentos como a cebola, alho, tomate, banana, cereais integrais como a cevada, aveia e trigo.
A pectina está presente na entrecasca dos cítricos, do maracujá e na maçã.
Efeitos dos Prébióticos
- modulação de funções fisiológicas chaves, como a absorção de cálcio e metabolismo lipídico;
- modulação da composição da microbiota intestinal e a redução do risco de câncer de cólon;
- diminuição do risco de osteoporose.
Vale lembrar que existe também o Simbiótico, que é aquele no qual um probiótico e um prebiótico estão combinados. A interação entre o probiótico e o prebiótico in vivo pode ser favorecida por uma adaptação do probiótico ao substrato prebiótico anterior ao consumo.
São vários benefícios que os probióticos e prebióticos podem proporcionar à nossa saúde. Então é interessante escolher alimentos que os contenham, procurar seu médico ou nutricionista para melhor adequação desses alimentos na prática diária.
Uma microbiota intestinal saudável e equilibrada resulta em um desempenho normal das funções fisiológicas do hospedeiro, o que irá assegurar melhoria na qualidade de vida do indivíduo.
Patrícia Peres
Nutricionista – CRN 5119
Referências
OLIVEIRA, Larissa de. Probióticos, prebióticos e simbióticos: definição, benefícios e aplicabilidade industrial. Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas, Minas Gerais, 2014.
PUUPPONEN-PIMIÄ, R.; AURA, A.M.; OKSMAN-CALDENTEY, K.M.; MYLLÄRINEN, P.; SAARELA, M.; MATTILA-SANHOLM, T.; POUTANEN, K. Development of functional ingredients for gut health. Trends Food Sci. Technol., Amsterdam, v.13, p.3-11, 2002.
GIBSON, G. R. ; HUTKINS, R. ; SANDERS, M.E.; PRESCOTT, S. L.; REIMER, R. A.; SALMINEN, S. J.; SCOTT, K.; STANTON, C.; SWANSON, K. S. ; CANI, P. D. ; VERBEKE, K.; REID, G. Expert consensus document: The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics (ISAPP) consensus statement on the definition and scope of prebiotics. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, v. 14, p. 491–502, 2017.
SOMMER, Felix; BÄCKHED, Fredrik. The gut microbiota—masters of host development and physiology. Nature reviews microbiology, v. 11, n. 4, p. 227-238, 2013. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/235716797_The_gut_microbiota-Masters_of_host_development_and_physiology>. Acesso em 12 set. 2020.
FAO/WHO. Joint FAO/WHO Expert Consultation on evaluation of health and nutritional properties of probiotics in food including powder milk with live lactic acid bacteria. Cordoba, Argentina, October, 2001. Disponível em: <http://www.fao.org/3/a-a0512e.pdf>. Acesso em 12 set. 2020.
BINNS Nino. Probióticos, prebióticos e a microbiota intestinal. Monografias Concisas do ILSI Europe. ILSI Brasil – International Life Sciences Institute do Brasil. Disponível em: <http://ilsi.org/europe/wp-content/uploads/sites/3/2016/05/Probi%C3%B3ticos.pdf> Acesso em: 12 set. 2020.